GUIA DE ORIENTAÇÕES PARA OS PROFISSIONAIS DA SAÚDE NA ABORDAGEM DE SITUAÇÕES DE MAUS TRATOS OU OUTRAS SITUAÇÕES DE PERIGO
NOTA INTRODUTÓRIA
O reconhecimento, ao nível do direito internacional e nacional, da criança como
Sujeito de direito - relevantíssima aquisição civilizacional – implica um esforço
muito sério, empenhado e competente de todos os agentes dos Sistemas Nacionais
de Promoção e Protecção dos Direitos das Crianças com específicos deveres na
prossecução do seu objectivo fundamental de concorrer para a interiorização
e concretização dos direitos de todas e de cada uma das crianças. Assume
particular responsabilidade a actuação relativa a crianças mais vulneráveis, por se
encontrarem em situações de risco ou de perigo.
Para um correcto desenvolvimento dessa missão, assume relevo significativo
a possibilidade de os vários interveni¬entes responsáveis disporem de acesso
generalizado às aquisições científicas e técnicas mais actualizadas e às práticas que
se mostrem mais adequadas às intervenções sistémicas e integradas que a actuação
eficaz e eficiente reclama.
Por virtude do carácter universal do reconhecimento dos direitos das crianças,
surpreendem-se, ao nível dos problemas, desafios e procura de respostas, aspectos
comuns a diversos sistemas nacionais/regionais de promoção e protecção,
sobretudo de países da mesma área civilizacional. Por isso, a troca de saberes e de
experiências entre os respectivos agentes e a disponibilização do conhecimento
dos instrumentos criados para efectivação de cada sistema constituem factores
relevantes da qualidade da intervenção.
É nesta perspectiva que emerge o presente Manual, facultado no âmbito de um
protocolo estabelecido entre a Comissão Nacional de Protecção das Crianças e
Jovens em Risco, o Instituto de Segurança Social, I.P., e a Generalitat Valenciana,
Consejería de Bienestar Social.
O Manual que agora se apresenta consiste numa tradução do manual valenciano,
adaptada à terminologia do sistema português.
Não se constitui como um guia orientador de intervenção no domínio do sistema
português de promoção e protecção, considerando que, no âmbito da saúde, existem
já orientações suficientemente sistematizadas e abrangentes, fundamentadas nas
características específicas do sistema português.
Confia-se, porém, que este Manual será, pela sua riqueza, uma referência
bibliográfica de qualidade, para efeitos, nomeadamente, de formação e de reflexão
crítica sobre os temas que engloba.
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